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Atribuir prioridades é o segredo da gestão de tarefas

A maioria dos estudantes gasta demasiado tempo a ler os documentos recomendados ou a fazer exercícios, sentindo-se permanentemente sobrecarregados. Se as tarefas do dia-a-dia dominarem a agenda então não sobra tempo para preparar exames e projetos com antecedência. É por isso que precisas aprender a definir prioridades.

Trabalha um pouco todos os dias

Muitos estudantes só começam uma tarefa no dia anterior à sua entrega devido à procrastinação. Na universidade não há margem para os maus hábitos do secundário. Os bons estudantes evitam este cenário trabalhando diariamente, grão a grão 🙂 Mesmo que consigas ter a matéria ou os trabalhos em dia deves manter o trabalho regular para minimizar imprevistos.

Semanas fáceis não são frequentes — são como o olho da tempestade. Se tiveres tempo livre avança outros trabalhos pendentes ou começa a preparação para um teste. Assim é menos provável ficares sobrecarregado numa semana mais complicada — porque pensaste no futuro e adiantaste trabalho.

Resolve os exercícios, esclarecendo as dúvidas

Concentra-te num ou dois problemas por dia. Ao separar o teu trabalho ao longo dos dias, vais gastar menos horas em cada tarefa e cansar-te menos do que se tentasses resolver tudo de uma vez só. Se o teu cérebro se cansa vai ficar preguiçoso, prejudicando a tua eficiência durante o resto do dia.

Ocasionalmente, ao tentares resolver um problema, podes ficar bloqueado em alguma parte. Identifica um ou dois estudantes que partilhem o teu nível de experiência ou conhecimento e arranja umas horas no teu horário para tentarem resolver problemas em conjunto. Estes encontros devem ocorrer alguns dias antes do prazo de entrega. Este intervalo permite-te ter tempo para primeiro tentares resolver os problemas sozinho e identificar aqueles nos quais tiveste dificuldades. Depois, quando te encontrares com os teus colegas, o teu tempo vai ser usado apenas nos problemas onde tiveste dificuldades.

Outra alternativa é frequentares os horários de dúvidas — umas horas por semana em que o professor esclarece dúvidas pontuais aos alunos. Usa estes encontros para esclareceres conceitos abordados nas aulas ou para pedir ajuda na resolução de problemas. Estas horas são preciosas e permitem-te esclarecer dúvidas muito mais depressa do que de qualquer outro modo.

Resolve exercícios “em movimento”

Os problemas difíceis não se preocupam com a tua agenda. Nada te garante que consigas resolver um problema no tempo que alocaste para o fazer. Isto torna-se especialmente verdade para problemas que requerem alguma criatividade que não pode ser forçada. Nem sempre ficar a olhar para o problema – à espera de inspiração – é a melhor estratégia para resolvê-lo.

Trabalhar em grupo pode ajudar a ultrapassar estes bloqueios. No entanto o trabalho em grupo é principalmente útil quando já se pensou no problema e em possíveis soluções. Seria pouco produtivo para a tua aprendizagem se o grupo tentasse resolver os problemas de raiz, sem qualquer preparação prévia.

Precisas aprender a resolver problemas “em movimento” (on the go). Primeiro, arranja algum tempo para te familiarizares com os exercícios e certifica-te que percebes exatamente o que é pedido. De seguida tenta resolver o problema da forma mais óbvia possível. Se não resultar (provavelmente não resultou) põe-no de parte e passa para outro exercício ou trabalho. Em vez de estares a tentar forçar uma solução, vais pensando na solução entre outras atividades. Enquanto te deslocas pelo campus, ou enquanto estás numa fila de espera, ou no banho, lembra-te do problema e pensa em possíveis soluções. Só deves voltar ao problema quando te pensares numa solução.

Escreve a solução certa à primeira

Existe o hábito dos estudantes apontarem as suas respostas de forma informal e depois voltarem mais tarde para reescrevê-las de forma apresentável para entrega. Não o faças. Estás a adicionar tempo desnecessário ao processo. Quando acabares de escrever uma resposta, certifica-te de que está correta e apresentável para entrega.

Não leias tudo o que te sugerem

É impossível ler tudo o que é recomendado em cada aula. Por isso é importante fazer uma triagem daquilo que te é recomendado ler: O que preciso mesmo ler? O que posso ler superficialmente? O que posso saltar? Esta é a parte difícil, ou seja decidir o que é importante e o que pode ser ignorado. Com a prática e com a ida frequente às aulas saberás identificar exatamente o nível de importância de cada documento. O título do texto pode dar uma pista da sua importância.

Dica: Procura argumentos e não factos.

Existem dois tipos de fontes: as favorecidas e as suplementares. As fontes favorecidas são normalmente compilações, muitas vezes escritos pelo próprio professor da cadeira. Sempre que necessário deves ler sempre estas fontes. Depois há as fontes suplementares fornecidas pelos professores para fornecer contexto ou analisar certa matéria em mais detalhe. Embora estejas na universidade para aprender o mais que puderes, regra geral, estas leituras são dispensáveis. Se quiseres ou precisares de as ler deves fazê-lo com a seguinte hierarquia:

  • leituras que expressam um argumento são mais importantes que
  • leituras que descrevam um evento ou pessoa, que mais importantes que
  • leituras que fornecem apenas contexto.

Enquanto lês toma notas úteis para o futuro

Por um lado, ao tirar apontamentos ficas mais concentrado na leitura que estás a fazer. Por outro lado, quando mais tarde precisares de alguma informação basta consultar as tuas notas e não precisas de voltar a ler o documento. Se escreveres poucas notas, acabas a leitura mais depressa mas o tempo foi desperdiçado porque não te preocupaste em extrair as ideias principais de maneira torná-las disponíveis na altura de estudar. Se escreveres muito, vais demorar demasiado tempo para acabar a leitura.

Primeiro, procura qual a pergunta que o autor do texto está a responder. Depois, procura a sua conclusão. Esta parte pode ser um bocadinho mais demorada. Procura nos primeiros parágrafos ou nos últimos. Agora vem o truque: lê todo o texto de forma superficial ou “na diagonal”. Não tires já apontamentos. Em vez disso vai marcando os parágrafos que achaste importantes para a tua pergunta. Também deves apontar alguns exemplos que justifiquem os argumentos. Quando acabares volta ao início e procura as tuas marcações. Para cada marca, escreve um sumário conciso e guarda-os nos teus apontamentos. Aponta a página onde encontraste essa informação. No final vais ter uma folha com uma pergunta principal e uma meia dúzia de argumentos e exemplos que lhe respondem, bem como os locais onde foram encontrados.

Diogo Nunes

Diogo Nunes é Mestre em Eng. Informática pelo IST. A sua missão é melhorar a vida das pessoas através da tecnologia. Além disso escreve para o blogue "The Geeky Gecko" e já conta com três livros publicados. A sua segunda paixão é a fotografia.

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